domingo, 25 de dezembro de 2011

As coisas boas de 2011

Os dez discos a serem listados aqui mereceriam um post (merecem bem mais, mas é o que pude arrumar por enquanto). Meu sonho: tê-los em cópias originais. Por enquanto, acho que só vou tê-los em 2012 (vamos fazer uma forcinha e presentear o pobre coitado aqui, né?)

Enfim, choramingos à parte, o meu 2011 foi incrível em parte por causa dessa trilha sonora aqui: o top 10 (na minha opinião) dos melhores acontecimentos musicais de 2011, selecionados por álbum.

10. Marcelo Jeneci - Feito pra acabar (2010)


O disco primeiro de Marcelo Jeneci (e sua parceira de voz perfeita Laura Lavieri) perdurou por alguns meses na minha consciência. Me fez apaixonar, iludir, sorrir, chorar, acordar e dormir vendo a vida de uma forma diferente. Esse ano conheci uma porção de artistas sensacionais da nova MBP graças ao Grêmio Recreativo MTV, meu programa preferido da versão tupiniquim da empresa americana de música e tevê. Comandado por Arnaldo Antunes, os encontros foram sensacionais. Eu conhecia a obra de Jeneci e nem sabia! "Amado", de Vanessa DaMatta, que tocou tanto em novelas, é uma composição dele. Valeu muito a pena ter tido contato com esse disco que, apesar de ser lançado em 2010, só chegou a mim em 2011 e me trouxe um pouco de perseverança pra uma porção de coisa esse ano. Por isso entra no meu top 10 de discos preferidos de 2011, Já  esperando desde já o próximo disco do Jeneci e da Lavieri (dessa vez, com o nome dela na capa, afinal ela merece muito!)








9. Ortinho - Herói Trancado (2010)

Ortinho é um herói. Um herói que mora bem perto. Há duas horas, eu poderia chegar em sua terra natal, Garanhuns. Conheci Ortinho também pelo Grêmio Recreativo esse ano. Vi o quanto a voz do cara é foda e como sua música é forte o suficiente pra perambular entre a MPB e o Rock, sendo que é mais puxado pro Rock mesmo, de onde ele veio. Acredito que Herói Trancado é até então a obra-mor do compositor pernambucano, que escreve de tudo um pouco. Apoiado por Arnaldo Antunes, lançou um disco sensacional e se tornou meu preferido no player do celular. Hoje Ortinho, com saudades do mundo, conquista-o!





8. Miranda Kassin e André Frateschi - Hits do Underground (2010)



O disco de Kassin e Frateschi é de covers de bandas "underground" (esse termo cada vez mais se desfaz à medida que a internet vai se tornando o principal canal de consumo de músicas). No disco podemos encontrar versões de músicas do Cérebro Eletrônico, Vanguart, Wado e um monte de outras bandas. Na voz de Kassin e Frateschi, as músicas ganham novas nuances. Só tive contato com o disco mesmo esse ano, por isso ele entra na listas de surpresinhas de 2011. Vale muito a pena escutar essa benção, minha jóia! 







7. Beady Eye - Different Gear, Still Speeding (2011)


O novo álbum dos ex-Oasis (todos, menos o Noel Gallagher) tem uma pegada mais beatlemaníaca e, consequentemente, uma proposta de som fantástica. Ao passo que revisita o estilo do britpop antigão, inova em relação ao Oasis, de maneira que chega a ser difícil relacionarmos uma banda a outra por conta da proposta. Os ex-Oasis foram buscar sua própria identidade no passado para lidar o futuro, e o disco ficou tão bom que você não pode deixar de curtir!













6. Noel Gallagher - Noel Gallagher's High Flying Birds (2011)


Quando Noel lançou este disco, estava formada a aposta de quem iria fazer mais sucesso: ele ou o irmão junto com os ex-Oasis. Além disso, todos estavam esperando para ver qual a estratégia que Noel iria utilizar em seu álbum solo. E eis que se descobre: pura poesia e música de qualidade. Noel é fantástico, seu disco vendeu mais que todos os ex-Oasis e lhe traz uma segurança capaz de dizer não se importar se o Oasis voltar a fazer turnê sem ele. Cada música é muito boa, um britpop inovador apesar de não ser tão arriscado quanto a banda de Liam Gallagher. Acredito que apesar do sucesso beatlemaniaco, nesse embate entre irmãos devemos dar uma vantagem à obra de Noel, pois a sensação que fica é que esse é um disco anacrônico. Enjoy, people!






5. Amy Winehouse - Lioness: Hidden Treasures (2011)



2011 foi um ano trágico. Perdemos Amy Winehouse, a rainha do Rhytm'n'Blues britânico contemporâneo. Seus agentes, no entanto, se apressaram em terminar de produzir o álbum de inéditas (e versões) que Amy estava gravando, e o resultado foi Lioness: Hidden Treasures. Um disco que, ao meu ver, não perde em nada em termos de qualidade para Back to Black. Uma verdadeira pena não vermos mais Amy cantando para nós. OBS: Eu me caso com quem quiser me dar uma cópia original de presente! 











4. Vespas Mandarinas - Sasha Grey EP (2011)

As Vespas Mandarinas, pra quem não conhece, é uma banda tipo "allstars" do underground tupiniquim. E que banda! Acompanho-os desde 2010, quando do lançamento do primeiro EP (Da Doo Ron Ron). Com Sasha Grey, a banda mostra o quanto evoluiu e o quanto promete. É hoje uma das minhas bandas brasileiras preferidas. Escuta os caras, gente!














3. Foo Fighters - Wasting Light (2011)

Wasting Light era um disco esperado tanto pelos fãs quanto pela banda, quando Ghrol, Chris, Nate, Smear e Hawkins decidiram, depois do show incrível em Wembley (acho que o maior da história da banda), se trancar numa garagem e gravar tudo em analógico. Com a participação de Butch Vig e Chris Novoselic (remetendo diretamente ao Nirvana), a banda finalmente parece ter superado os problemas de comparações. Dave Grohl deve ter se sentido firme sobre sua carreira diante de 80 mil fãs em Wembley e assim decidiu lidar com o passado. O resultado é um disco poderoso, com o padrão de qualidade rock'n'roll do Foo Fighters, junto a parcerias que deram um toque inovador aos arranjos. E é por isso que Wasting Light entra no top 3 dos meus discos mais surpreendentes de 2011! 






2. Karina Buhr - Longe de Onde

Karina é sensacional. Se eu me apaixonei no disco de estréia de sua carreira solo (o disco é "Eu Menti Pra Você", de 2010), nesse eu firmei minha condição de fã. Se tornou um sonho assistir a um show seu. Neste novo lançamento, Karina repete os aspectos que a fizeram sobressair e passar a ser conhecida com o primeiro disco (que timbre, voz e sotaque infinitamente maravilhosos!). É um tipo de mais do mesmo totalmente desejável, necessário, ao passo que todas as vezes que eu escutava "Eu Menti Pra Você", dava a vontade de mais e mais. Karina vem pro segundo lugar porque não vejo ninguém tão promissora quanto ela no Brasil. Vai crescer muito ainda se continuar seguindo essa direção. Simplesmente amo!






1. Nirvana - Nevermind (Deluxe Edition) 1991 (2011)



O primeiro lugar veio por ser uma reatualização de um álbum que marcou toda uma época, da qual eu descobri postumamente e tive finalmente, esse ano, a oportunidade de sentir na pele mais ou menos a explosão do que foi em 1991, quando foi lançado. O relançamento de Nevermind, do Nirvana, seguido da remasterização do disco e uma edição especial (deluxe) com faixas extras, de ensaio e raras, além do show foda em Paramount'91 (finalmente lançado e em HD) só podia entrar como primeiro lugar dessa minha list, considerando todo o fanatismo que eu tenho pela trupe de Cobain.







quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Rock In Rio: Essências x Capitalismo


No Blog do Tico Santa Cruz dei minha opinião ao post que ele fez pra justificar a necessidade de o Rock In Rio ter outras atrações além do Rock. O mesmo ressaltou a importância de outros estilos como o Pop para a manutenção do evento, visto que, segundo as considerações dele, o consumo do Pop é quem paga boa parte das atrações que os próprios roqueiros curtem. Até então seria uma exclamação e um ponto final na tensão, mas as coisas não terminam por aí. Há muito mais envolvendo a questão entre roqueiros e não roqueiros no Rock In Rio. Essa foi, portanto, minha explanação:

"Explanação muito válida, mas acho que devemos pensar do ponto de vista do público roqueiro. Acredito que o Rock In Rio, justamente por ser uma marca, não perde seu caráter alienante. E por si só, o nome do evento sugeriria alguma exclusividade para um determinado gênero. É isso que causa todo o furdunço na cabeça dos roqueiros que querem exclusividades. Talvez por ausência de outros eventos grandes lá fora, talvez pela alienação que a marca insere facilmente na mente, estamos fadados a não ter uma fácil aceitação desse público em relação a outros estilos. É uma questão de comparar duas realidades distintas: o RIR enquanto produto capitalista e o RIR enquanto essência para uma tribo fiel. Essa busca por exclusividade justamente se dá pelo fato de outros gostos musicais diferentes do Rock dominarem o Brasil. Essa tensão entre roqueiros e não-roqueiros é menos visível lá fora porque lá o Rock é um dos gêneros que dominam. Aqui, a tensão é muito maior e criticar outros estilos no RIR é uma forma de autoafirmação.

Entendamos uma coisa: o Rock no Brasil (digo isso enquanto uma instituição social) busca um espaço só seu, assim como os festivais de música sertaneja tornam exclusiva a música sertaneja e os festivais micareteiros se concentram integralmente ao Axé. O Rock In Rio é um evento democrático e devemos elogiar isso, mas se for para sermos democráticos, deveríamos então ter um dia no Carnaval e na festa sertaneja só dedicado ao Rock. O certo é que a mesma crítica ocorreria por parte daqueles públicos em relação ao Rock, que já é comumente taxado nas cidades pequenas como estilo musical de maluco. Portanto, acredito que, considerando o RIR enquanto um produto e não uma essência, falta no Brasil um evento de grande porte realmente voltado para o público Roqueiro. Se já existe eu não conheço, mas é preciso existir pra ajudar na afirmação dessa autoafirmação. Acho até que é isso que falta pra parar com o fato de o rock ser pautado pela MTV ou por rádios Rick-Bonadiarianas.

Sabemos da utopia de um grande festival exclusivamente roqueiro no Brasil. Como dissestes, chega a ser economicamente inviável trazer nossos ídolos em vários dias se formos limitar o consumo da música somente aos roqueiros. Notamos aí uma relação do campo econômico com o campo cultural. Mas fã de rock costuma fechar os olhos pro campo econômico, desejando apenas sua dedicação ao campo cultural. O que quero dizer é que, enquanto campo econômico e cultural não se entrelaçarem de maneira ideal, não teremos esse evento. Isso significa que é preciso haver um maior investimento num rock de qualidade no Brasil através da internet, rádios e TV, para o aumento de consumidores do estilo e, assim, criarmos um público tão grande (mesmo que demore algumas gerações) quando o público consumidor de axé, pagode, forró e sertanejo. Enfim, é isso."

Mantenho, portanto, minha indagação a respeito da necessidade das relações entre campos simbólicos distintos e a consideração dos mesmos para o debate. Apontei uma possível solução, que é muito mais difícil de ser resolvida do que a conscientização dos próprios consumidores do evento, mas menos utópica do que esta.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Que Feeling é Esse?



Sid, do Slipknot, dá um "mosh" no público pulando de uma torre de cerca de 4 metros de altura. O que justifica essa confiança no público para fazer isso?

O Slipknot é até então o grupo mais performático do Rock In Rio de 2011. Não é novidade tal fato. Talvez eles sejam mesmo o grupo mais performático do mundo atualmente (para além do Kiss, do Marilyn Manson, do Ozzy, etc.) e são famosos por isso além do som que empenham dentro do Nu Metal. 

Neste show do dia 25/09, durante toda a apresentação e sobe e desce de percussões, giratórias da bateria quase que a invertendo por completo, um fato surpreendente: enquanto era executada em coro a música Duality, Sid, dj do Slipknot, atravessa o corredor que divide a platéia e se encaminha para o limite da torre da mesa de som, situada na frente do palco. De lá, o público o assiste pular nas pessoas, que o seguram com cautela. É um momento que não podia passar despercebido por quem assiste a banda, seja do Rock in Rio ou em casa, acompanhando a transmissão na tv ou internet. É o que temos na sequência de imagem acima. Se você não viu o vídeo, ele está logo a seguir:


A grande questão é: como Sid, o carinha da banda que pulou no público, conseguiu fazer isso (por 2 vezes!) sem escrúpulos suficientes para o fazer voltar atrás?
Estamos falando de formas performáticas perigosas. Vemos isso com mais frequências entre os fãs, que quando sentem vontade, sobem no palco (quando é possível) e pulam para os outros da platéia segurarem. Essa atitude é conhecida no meio roqueiro como o termo "mosh". Mas é difícil encontrar essa ação com artistas, quando eles são os agentes produtores do entretenimento e, por isso, ocupam uma posição de admiração por parte de quem paga para lhes assistir. Talvez seja uma rotina do Slipknot em fazer isso por todos os lugares que eles vão - e, naturalmente, parte da performance - mas quero refletir sobre esse ato que não deixa de ser perigoso, o que poderia trazer um prejuízo para a banda caso as coisas descem errado e ninguém segurasse Sid. Outros artistas também fazem essas estripulias, como Kurt Cobain do Nirvana. Tais artistas parecem encontrar coragem suficiente em algum lugar para a prática a essa ação, somada à suas crenças (ou ausência mesmo ausência delas) de que irá sair tudo perfeito; estou falando, em outras palavras, que pode parecer que eles próprios nem se importam mais do que os fãs consigo mesmo quando vão fazer moshs ou outras performances de risco.

Defendo a ideia de que, quando as relações estão numa tensão harmônica em busca de um objetivo final cuja meta está sendo conquistada (no caso de um show, a satisfação da banda com o artista), criam-se laços, ainda que rápidos, de fidelidade e satisfação entre os agentes envolvidos. Sejam eles cliente e vendedor, patrão e empregado, fã ou ídolo. Talvez tenha sido por isso que Sid sentiu-se seguro em pular para aquele público que demonstrava satisfação com a banda a cada canção cantada. Talvez tenha sido porque Kurt Cobain apenas não se importava se iria se machucar (como aconteceu algumas vezes), mas entendia que pular no público durante um determinado momento seria uma atitude underground e rock'n'roll que valesse a pena (confira o show do vídeo abaixo)


Kurt Cobain e o Crowdsurfing - Surfando na Galera


O certo é que há algo no Rock (deve haver nos outros estilos musicais também, mas eu não sinto), seja ele colorido ou de death metal, em que se gera algo como um "clima" propício àquele momento, o que faz criar adrenalina e outras substâncias agradáveis no corpo, capazes de nos tirar dos braços cruzados e acompanhar com diversão o show. Deve ser por isso que temos as rodas punks, os moshs, os crowdsurfings, os headbangings (batimento de cabeça - um sucesso para quem tem cabelão; não é o meu caso mas é minha forma preferida de exalar satisfação nos shows de rock que assisto). 

Mas para além disso, há um sentimento de companheirismo mútuo. Ocorre quando os artistas pedem ajuda da platéia e eles atendem, ou quando os fãs se batem numa roda e se ajudam caso algum caia ou seja atingido pra valer em alguma parte do corpo que machuque muito. Aí eu já não sei até onde isso só acontece com o Rock, mas acho que pra cada estilo musical há uma maneira diferente de demonstrar essa rápida epifania. O que eu posso dizer é que fazer isso no rock é compensador e satisfatório (eu e meus amigos fazemos isso e concluímos isso convergentemente), e bem menos vulgar do que o beija-beija das micaretas, estupros dissimulados do funk e briga no forró por cantarem a mulher dos outros; portanto, meus aBEgos, ainda que eu volte pra casa com os braços roxos, eu prefiro é ir pra um show de ROCK, man!

sábado, 23 de julho de 2011

Amy Winehouse (14/09/1983 - 23/07/2011)





Não se sabe ao certo o que aconteceu. Como toda notícia bombástica com pessoas famosas, a própria imprensa segurar as informações e delas se utilizar quando lhe for conveniente é já uma prática velha e conhecida por todos. Quem sofre, obviamente são os fãs que devem estar descabeladamante procurando por verdades. Mas sobre fatos, temos ao menos um: Amy Winehouse, 27, se fora neste 23 de julho de 2011. Não será aqui extendido sobre sua possível causa de morte ou seus últimos momentos. Que fique para os livros dos biógrafos, os laudos médicos, as homenagens na TV e internet, enfim, o espírito parasitário de quem busca lucro  até nesses momentos mórbidos.

Esse post não tratará da maldade/bondade das drogas. Não abrirá os olhos para consumos do ilícito. Não buscará especulações, apesar de estarmos todos atentos às novas notícias. Apenas é uma reação à notícia. No momento (14h49), faz cerca de uma hora que passou na TV Brasileira o que estava se especulando no Twitter, com os retweets de uma ou outra pessoa sobre um possível boato do corpo de Amy Winehouse encontrado em seu apartamento em Londres. Depois o jornal The Sun, em poucas frases, passa a confirmar a informação ao momento em que o Jornal Hoje da Globo convoca o repórter Marcos Losekkan, de Londres, pra dar mais informações. A mídia até então não tinha informações oficiais, a não ser a nota da Polícia Metropolitana de Londres, que diz "A polícia foi chamada pelo serviço de emergência de Londres para o endereço na Camden Squares pouco depois das 16h05 de hoje, sábado, 23 de julho, seguindo relatos de que uma mulher foi achada desacordada". Com a confirmação pela agência de notícias Reuters e a CNN falando sobre o caso, não resta dúvida de que não se trata de um simples boato.

Alguma surpresa? Talvez. Mas é uma hipocrisia muito grande querermos dizer neste exato momento o que, de fato, teria feito Amy Winehouse morrer. Pelo que se tinha notícia, Amy estava em processo de gravação de seu novo disco de inéditas, estaria mais feliz e publicizava vontade em superar as drogas. Posso dizer que há 2 anos eu acreditava que Amy estaria prestes a aparecer morta a qualquer momento. Estava preparado para esta notícia. Hoje não. Pelas poucas notícias que tive dela (leia-se escândalos), acreditava eu que a mesma estaria de fato voltando pro mundo da música sem grandes problemas. Tive mais fé nela, mas infelizmente foi uma fé em algo perdido. A perdemos.



Permita-me só uma reflexão, caro leitor. Uma reflexão brotada por não ter passado pela situação, mas por conhecer o cotidiano desses indivíduos após ter lido várias biografias de artistas problemáticos. A fama é uma assassina tão forte quanto as drogas. O sentimento de poder por estar famoso tem por trás um sentimento forte de solidão humana. A pressão da mídia por uma imagem, muitos torcendo por um escândalo, enfim. E a descrença da ajuda humana seguida da certeza de que o alívio pode ser procurado com algum dinheiro. Hedonismo, no final das contas, é o último valor que prevalece quando tudo parece estar perdido. Estas são algumas das verdades por quais Amy estivera passando ultimamente. Era uma viciada qualquer e tentava viver como tal, mas nesse mundo ela jamais seria alguém normal novamente. Depois de seu "Back to Black", ela foi endeusada. Será mais ainda depois de sua morte, principalmente por ser aos 27 - o que para os conspiradores do Clube dos 27 significa mais uma prova de que há algo por trás dessa coincidência mórbida. De tal clube, fazem parte Brian Jones, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain - e agora Winehouse.

Back to Black é, para mim (e que fique claro que não digo isto por Amy ter morrido), um disco épico, que entra para a história. A certeza disso me fez comprar um dvd ao vivo da Amy apresentando seu disco, há alguns anos. Um disco de colecionador, que agora voltará as lojas infelizmente com preços abusivos por conta da morte de Amy. Enfim, quero apenas deixar claro que Back to Black é um disco tão explosivo para seu criador quanto fora Nevermind para Kurt Cobain.

Por fim, torço para que não lembremos de Amy Winehouse pelos seus escândalos e polêmicas, mas pela sua música, voz e vontade de existir - que é uma forma mal-compreendida da vontade de viver. Que nos lembremos do estilo, da dor que sentimos quando a vemos - agora, mais do que nunca, só mesmo em vídeos inatualizáveis - se esforçar para ficar em pé, sem esquecermos que não se trata um viciado de incompetente.

Incompetência mesmo são dos donos de opiniões que acham que a mesma estaria buscando a autodestruição pra aparecer na mídia.

Amy contribuiu muito para este mundo com sua arte. Infelizmente não durou muito, mas sempre levaremos consigo a doçura de sua voz e suas letras fortes e sem pudor.


domingo, 8 de maio de 2011

As últimas faces do rock no Brasil: para um novo Renascimento

Será preciso um estudo sério para dar conta satisfatoriamente da explicação dos ciclos das gerações musicais, pois ainda que pareça um trabalho complexo e questionável, tal fato com as gerações da música se mostra relevante e evidente. Para citar os últimos exemplos: no Rock, depois de uma inserção no Brasil vista de maneira crítica por parte de nacionalistas a partir da segunda metade do século XX por ser um produto cultural americano, e da adaptação da proposta inerente ao próprio rock sobre atitude e questionamento em relação à situação política brasileira que corresponde à Ditadura Militar, o que a grande mídia tem apresentado atualmente como rock às novas gerações é algo entendido como uma baixa do próprio estilo no Brasil. 

Os primeiros discos do NxZero e do Fresno, além a explosão do Cine e do Restart ditaram uma moda jovem e uma atitude dedicada ao consumo de crianças e adolescentes, numa faixa de 10 a 15 anos. A partir de 2005 essa nova onda da geração rock se instala e é mantida por programas da MTV Brasileira e o seriado Malhação, da Rede Globo. Estes dois mecanismos de compartilhamento de produtos culturais tem se mostrado como alguns dos principais no mundo juvenil. Mas como cada produto vendido tem uma validade, 2011 parece ser um ano em que essas bandas, ou as mais expressivas delas como o Restart, tem se saturado na TV por conta da expressiva exploração da imagem na TV que lhe renderam diversos prêmios, muito dos quais seguido de vaias, o que já indicava o começo do fim da era colorida

Restart.

Enquanto Fresno e NxZero simbolizam a rápida moda melancólica Emo na MTV, o Restart, mais um produto de Rick Bonadio, vendeu a ideia de rock para uma faixa etária delimitada, o que fez outras bandas mais antigas ou novas bandas que conservam as ideologias do politicamente incorreto (como muito se diz hoje) ou da crítica social deflagrarem ideias contrárias a essa padronização do que eles chamam de "rock da Disney". De fato, a proposta de bandas como o Restart é esquecer os problemas por quais o país e o mundo passa, problemas esses que foram refletidos por bandas como Titãs, Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Raul Seixas, Cazuza e toda uma outra geração que persiste em existir, mas só tem, em sua maioria, conseguido espaço ultimamente no meio underground. A proposta de viver a vida de moda livre, sem responsabilidades sociais, posicionamento político e sem a atitude crítica do rock tem colocado como o Restart como um vilão entre aqueles que querem o rock enquanto uma função social como a conscientização prática, além do divertimento. Inclusive tem, se colocado o Restart como uma banda de pop ao invés de rock para evitar esse conflito, mas é patente o mal-estar criado pela supervalorização da banda teen.

Enfim, com as mudanças na programação da MTV em 2011, nota-se que a supervalorização a bandas como o Restart tem perdido espaço na TV. 2011 também é o ano do Rock In Rio no Brasil, e isso pode fazer com que os velhos ideais do rock voltem e se apresentem a todas as gerações brasileiras, entrando em detrimento de maneira mais explicita com os valores de domesticação que bandas que fogem da realidade expõem. Ou mesmo, uma nova geração dentro do rock surgir, agradando ou não os ideais do passado, mas com certeza diferente do que é consumido hoje em excesso pela juventude.

Como a história do rock tem mostrado, os ciclos existem e nunca se mantêm. O New Wave e o movimento Hippie surgiram com a proposta de criar uma nova realidade, diferente do que viveram. Mas logo veio bandas como o Grunge e o Alternativo, para mostrar que a realidade era fria e dinâmica, e que continuava como um tema a ser trabalhado pelo rock. Não se pode dizer de certeza que haverá na grande mídia uma maior valorização ao Rock, mas uma coisa é certa: chegou a hora de ser esquecido o padrão de rock vendido na MTV de 2005 a 2010, seja pela decisão da própria empresa, seja pela saturação e demanda de uma série de consumidores de rock, que querem ter seus outros produtos valorizados também e suas faixas etárias respeitadas.

É nesse contexto de renovação que sugiro que estamos prestes a ter um novo Renascimento Cultural dentro do Rock'n'Roll, e tenho minhas apostas:

* O velho e bom rock tem se mostrado existente em bandas underground ou alternativas, e cabe à grande mídia oferecer espaço para essas bandas, ou mesmo essas bandas crescerem a partir de estratégias de divulgação na mídia alternativa que tem se consolidado cada vez mais - a internet. Particularmente, indico que escutem desde já o novo CD do Detonautas, quando for lançado, e as músicas dos Gametas, uma boa banda de hard rock;
* As bandas antigas estão voltando à MTV, e isso poderá fazer com que a juventude limitada a um único produto tenham possibilidade de conhecer a história do Rock e com isso modificar percepções acerca do estilo;
* Por fim, o que vier no futuro em termos de rock produzirá músicas considerando a crítica a essa época do "rock colorido".

É isso!

@nogomes

Dicas: 





O Significado dos Detonautas no Rock In Rio 2011



Há 10 anos o Detonautas Roque Clube se apresentava no Rock In Rio, e esse foi o evento que fez a banda deslanchar e ter espaço na grande mídia. Na época, a banda abriu para o show do Red Hot Chili Peppers, onde o baterista gringo Chad Smith fez uma Jam com a banda brasileira. A gravadora, a princípio, olhou a possibilidade de a banda fracassar no evento, mas a determinação do DRC em se arriscar pelo tudo e pelo nada era maior. O resultado foi o desembocar-se como uma das principais bandas da década de 2000. Portanto, isso demonstra que os efeitos de uma apresentação no Rock In Rio tem a força de elevar uma banda a ponto de torná-la conhecida nacionalmente.

O significado principal de a banda estar no Rock In Rio é subdividido em duas perspectivas: uma em caráter estrito, sob a perspectiva da banda, e uma mais ampla, que traz um debate sobre a posição da grande mídia diante dos efeitos desta edição do Rock in Rio.
Para a banda, é a prova de que o uso da mídia alternativa é capaz de ser tão importante quanto a grande mídia, a qual o Detonautas teve uma relação de amor e ódio por conta da posição que a banda tomou sobre algumas causas sociais, sobretudo os disparos polêmicos do vocalista Tico Santa Cruz. Os boicotes de rádios e as trocas de ofensas com o produtor Rick Bonadio fez com que parte da grande mídia influenciada por este produtor, entre outros inimigos dentro do mercado fonográfico, prejudicassem a presença do Detonautas enquanto uma banda comumente conhecida. Assim, acreditando reverter a situação, é que o Detonautas tornou-se independente por apostar numa nova estrutura pelo qual acreditam, utilizando a internet, sobretudo as mídias sociais, como principal meio de divulgação do trabalho. E a primeira conquista e indicativo de que estão apostando num caminho correto é justamente a confirmação da banda – então independente – em um dos maiores festivais de música do mundo. Dentro dessa perspectiva, uma dúvida curiosa: até então alguma banda do cenário independente já se apresentou no Rock In Rio no palco principal? Se a resposta é não, dentre outras coisas o Detonautas estará mostrando às bandas independentes que isto é um sonho possível.
Para o debate mais amplo, estaríamos nos perguntando se finalmente o cenário do rock nacional não estaria mudando. Acredito muito que depois deste Rock In Rio, o que se valoriza como rock pela grande mídia – e me refiro às bandas-meteoro negociadas entre gravadoras e rádios nos dias de hoje, as quais adquirem a característica descartável e que, com isso, se ainda quiserem continuar, deve lutar por si e contra a ilusão da fama para manterem seu lugar no espaço (exemplos básicos: Fresno, NxZero, Restart, Cine). Os Detonautas tem mostrado na prática de que é possível resistir e se fortalecer fora e até contra as determinações da grande mídia. Mas não só os Detonautas são os porta-vozes de que a internet é a Sociedade Alternativa raulseixeana. Diversas bandas de cunho independente tem conseguido assegurar fãs em várias partes do país através da internet, e shows via twitcam tem se tornado comuns. Se seguirem a lógica do mercado na internet, a qual acredito ser a que segue a ideia de que, agora, “produto bom é produto gratuito e compartilhado”, essas bandas tem muito a conquistar, e um terreno para aproveitar, o qual acredito, reitero, vir com o Rock In Rio.  Pra uma banda que começou na internet, não deve ser difícil para os Detonautas manusearem a rede e mostrar a outros artistas como lidar com esta potencial nova “galinha dos ovos de ouro”. E dessa forma, como encabeçadores da revolução no mercado fonográfico (o qual coloca as bandas independentes como tão possíveis em audiência quanto bandas suportadas por gravadoras com influência na grande mídia), eles compraram a briga e já confirmaram que lançarão as músicas do próximo disco (que serão as trabalhadas no repertório para o Rock In Rio) uma a uma para serem baixadas gratuitamente na Internet, via sites como o 4shared.
É possível ainda traçar um terceiro significado, mas de fator menos importante, que é a desconstrução do discurso de jovens fãs de bandas-meteoro que passou ainda um longo tempo lançando moda apoiado pela antiga programação da MTV Brasileira, a qual esteve voltada para um público infanto-juvenil e explorando suas paixões como forma de adquirir uma audiência. Em 2011 a MTV entra com uma nova programação, onde se nota um amadurecimento nítido e, conseqüência ou não disso, o afastamento de algumas dessas bandas para o consumo pré-adolescente da programação.

Capa do Psicodeliamorsexo&distorção, até então o cd mais rock da banda.

Porque a resistência aos Detonautas nos dias de hoje?

Não se sabe ao certo a razão pelo qual há uma resistência popular para com a banda. Há quem diga jogar latas no palco no dia de sua apresentação, assim como fizeram com Carlinhos Brown em outra edição do Rock In Rio no Brasil e como pretendem fazer com outros artistas. Talvez sua constante participação nas trilhas sonoras de seriados noveleiros questionáveis ao longo dos anos ou os efeitos do boicote de quem não gosta da posição do vocalista, tenham alguma receptividade ruim. Além disso, a participação de Tico Santa Cruz no Reality Show “A Fazenda”, da Rede Record, pode ter contribuído para manchar a seriedade da banda. No entanto, Tico Santa Cruz conseguiu o que queria: tanto utilizar um espaço que a priori seria fútil para dar uma bela aula de cidadania, quanto participar de programas da grande mídia e ter espaço de reavivar a banda nesses espaços, além de repassar sua mensagem.
         Quanto às ameaças de ataques à banda no evento, eu acho improvável que aconteça e, tal qual como ocorreu em 2001, a banda saia aplaudida e com espaço elevado nas rádios. Detonautas mudou muito desde PsicodeliAmorSexo&Distorção e se tornou muito mais hard rock desde então. O assassinato do guitarrista Rodrigo Netto em 2006 fez com que a banda passasse por um período melancólico que culminou com o disco O Retorno de Saturno, de 2008. Depois do DVD acústico (que não foi gravado na MTV por questões, acredito eu, de cunho pessoal) produzido por Sussekind e do rompimento com a Sony&BMG, os Detonautas prometem, com campanhas anti-coloridos e contra o rock politicamente correto de hoje, reapresentar à juventude brasileira o ideal de rock’n’roll que a banda carrega, estruturado no Brasil pelos poetas Cazuza, Renato Russo e Raul Seixas e lá fora por bandas como Stone Temple Pilots e AC/DC.
         Além de tudo, acredito que foi estratégica a colocação dos Detonautas junto ao System Of A Down. As duas bandas têm muito em comum em se tratando de política.
Esse são os significados de porquê o Rock In Rio fez tanto estardalhaço para anunciarem Detonautas e SOAD no mesmo dia!

sábado, 7 de maio de 2011

Karina Buhr: o caleidoscópio da cultura regional



A cantora nascida na Bahia e crescida em Recife Karina Buhr surge na minha percepção a partir da primeira edição Grêmio Recreativo MTV, um programa de bom gosto comandado por Arnaldo Antunes que visa apresentar e socializar artistas novos e velhos, misturando as qualidades e individualidades entre já famosos e "novatos", termo que imputo aos que só agora recebem espaço numa mídia como a TV com maior ênfase. Engana-se, portanto, aquele que acha que esses "novatos" tenham começado a carreira agora. O caso de Buhr, por exemplo, é típico para demonstrar a dedicação à música por um longo tempo. Karina faz parte do Comadre Fulozinha, uma banda pernambucana que se destaca na música e no teatro (semelhante ao trabalho magnífico de Antônio Nóbrega) desde 1997. Conhecida no meio "underground" pernambucano e participando de algumas parcerias, pode-se dizer que Karina Buhr chega a seu ápice neste momento (e aposto que ainda pode chegar mais longe).

Mas porque Karina Buhr chama a atenção?

Inicialmente, sua beleza é motivo para não passar despercebida. Seus olhos esverdeados, reforçados pela maquiagem colorida, são apaixonantes. Em segundo lugar, seu jeito de menina tímida (apesar de mulher madura), que nos faz pensar se tratar de uma simples garota do nordeste sem tantas ambições, surpreende quaisquer um que veja seus shows devido à energia demonstrada. Em terceiro lugar, e o principal deles, sua música: o primeiro trabalho solo de Buhr, intitulado "Eu Menti Pra Você", é lançado em 2010 como um dos grandes discos do ano. Pela qualidade, conquistou maiores espaços, chamou a atenção. Músicos como Edgard Scandurra (Ira!) e Fernando Catatau (Cidadão Instigado) também contribuíram na produção e divulgação do disco, havendo participações destes em shows de Buhr (inclusive no Grêmio Recreativo MTV, que ficou encantador). Em termos de sonoridade do disco, há muita influência de diversas fontes e instrumentos, mas o mais marcante é a presença da percussão, que sobressai outros instrumentos. Em termos de estilo musical, há canções mais pesadas que rememoram ao rock e outras parecendo funk. A diversidade distribuída no disco, no entanto, é unificada sob uma característica em comum que também é marcante e especifica a naturalidade da cantora: o sotaque.

O Caleidoscópio da cultura regional

O timbre da voz de Buhr, somado a seu sotaque nordestino resplandece e se impõe diante de todo esse processo de equalização do sotaque do sudeste. Não é difícil encontrar artistas que eliminam seus sotaques   regionais ao quererem tentar a vida em SP ou RJ. Até pra fugir do preconceito ou apresentar uma nova proposta de música mas dentro dos moldes sonoros acostumados por esses estados, tais artistas tentam de alguma maneira driblar essa influência. Deve ser por isso que, diante de tantos artistas vindos de tantos lugares, Karina Buhr se destaca e é elogiada justamente por manter os modos de dizer cotidianos do povo nordestino  (não limito o sotaque de Buhr somente a Pernambuco porque eu, que sou alagoano, me identifico muito também com o sotaque dela). É muito satisfatório ver que esse sotaque e essa voz angariam fãs de outros lugares do país, pois a linguagem é também parte integrante de uma cultura regional - senão a mais expressiva parte integrante - e sua socialização é proveitosa no sentido de propagandear aquilo que outros tem limitado, além de tornar conhecido os nossos modos de nos expeessar.
Sobre as letras, Buhr mostra-se muito inteligente. Não estou subestimando a sua capacidade de compor, não falo disso. Me refiro à sabedoria em explorar o sotaque e a aparência de menina tímida para cantar músicas que vão da mais singela ludicidade à crítica social. Vale muito a pena conferir a proposta de cada música de seu disco solo.






Ao vivo, Karina Buhr não deixa a desejar. Desde o figurino, seja ele de renda ou extravagante, a cantora mostra uma presença de palco que desenha sua qualidade. Chamo-a de Caleidoscópio da cultura regional justamente por seu show parecer um Caleidoscópio, onde a pedra preciosa (afirmada pelas vestes brilhantes) está ali cantando e girando o microfone no pescoço, nos lembrando de The Who.

Por fim, fica o meu desejo de poder estar presente em alguma performance de Karina Buhr ao vivo. No dia em que ela aportar em Maceió (e espero que não demore muito), estarei lá para vê-la. Não é exagero dizer que tornei-me fã dela. Admiro a mescla entre o regional e o universal, entre o sotaque e a expressão que todos compreendem, entre o interiorano e o urbano. Karina Buhr é uma artista que traz orgulho e que tem tudo pra se afirmar cada vez mais, basta lidar com as ondas do sucesso, pois como a própria já diz em Ciranda do Incentivo, "Mas é preciso entrar no gráfico do mercado fonográfico..."




@nogomes

Linkin Park's A Thousand Suns: os vídeos

Abaixo segue uma lista com os vídeos das músicas de A Thousand Suns. Note que há uma temática comum entre todos eles, que se combinam na proposta do disco: a ambivalência entre a beleza e a destruição, ambos frutos das relações humanas, da natureza, e da relação homem-natureza.


The Catalyst


Waiting For The End


Burning in The Skies